domingo, 20 de janeiro de 2013
Ilhas que contam história
Quem passeia pelas praias de Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro, consegue ver parte das sete ilhas que formam o arquipélago das Cagarras, a cerca de cinco quilômetros da costa. A maioria delas é rochosa e muito íngreme, e nenhuma tem água potável. Então, você pode imaginar: é muito difícil viver por lá. Apesar disso, pesquisas arqueológicas revelaram pistas de que índios tupiguarani passaram pelas ilhas há muito tempo.
Na ilha Redonda – próxima às Cagarras e um pouco mais distante da costa –, um grupo de pesquisadores ligados ao Projeto Ilhas do Rio, realizado pelo Instituto Mar Adentro, estudava a fauna e a flora do arquipélago quando encontrou pedras estranhas. Na dúvida sobre o que seriam, ligaram para a arqueóloga Rita Scheel-Ybert, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que foi correndo conferir. Quando ela chegou à ilha, confirmou as suspeitas de que os cientistas haviam achado ferramentas de índios!
Algumas das estranhas pedras eram, na verdade, lâminas de machado e mãos de pilão. Outras, batizadas pelos pesquisadores de “quebra coquinhos”, podem ter servido mesmo para quebrar coquinhos, mas também para outras funções ainda não desvendadas. Além das ferramentas, foram encontrados muitos cacos de cerâmica, alguns deles grandes e grossos – que lembram urnas funerárias.
Estava provado: alguém tinha passado por aquelas ilhas. Mas para quê? No começo, os cientistas imaginaram que fosse para buscar comida, já que a ilha é atualmente o local escolhido por vários pássaros para o período de reprodução, mas a história provavelmente não foi tão simples. “A ilha é muito rica em alimentos, mas os índios não precisariam levar urnas tão grandes para buscá-los”, argumenta Rita. A nova suspeita, então, é de que o local também fosse usado para ritos e cerimônias.
Fonte:http://chc.cienciahoje.uol.com.br/ilhas-que-contam-historia/
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