Mercúrio é o planeta do sistema solar mais
próximo do Sol. Como sua superfície pode atingir cerca de 450 graus
Celsius, parece muito quente para pensarmos em encontrar água – e nem
pensar em gelo, certo? Talvez não. A sonda Messenger, da Agência
Espacial Americana (Nasa), parece ter confirmado a existência de gelo em
Mercúrio e até levantou a hipótese de encontrar compostos orgânicos
por lá.
Calma,
esse não é mais um mistério inexplicável do Universo. Na verdade, os
cientistas já suspeitavam da existência de gelo no planeta há 20 anos.
Graças à pequena inclinação do eixo de rotação de Mercúrio, algumas
áreas das regiões polares do planeta nunca recebem luz diretamente do
Sol. Por ficarem sempre nas sombras, elas têm uma temperatura bem mais
baixa e podem abrigar água em estado sólido.
Para confirmar a
suspeita, a Messenger avaliou a concentração de hidrogênio, a
temperatura e a possível composição do solo do planeta. Ela encontrou
algumas áreas na superfície que parecem ser feitas de gelo e outras que
podem conter água sólida logo abaixo de uma camada superficial de um
material escuro que os cientistas acreditam ser algum tipo de composto
orgânico.
Como isso tudo foi para lá? Segundo os pesquisadores, a
água e os compostos orgânicos devem ter chegado a Mercúrio a bordo de
cometas ou asteroides que colidiram com o planeta. Apesar da
possibilidade de haver vida em Mercúrio ser remota, a descoberta é
importante para conhecermos melhor o sistema solar e o nosso próprio
planeta, já que um processo parecido pode ter ocorrido na Terra
primitiva.
Aí vem a pergunta: seria possível mandar, no futuro, um robô para aterrissar e explorar Mercúrio, parecido com o que a Curiosity está fazendo em Marte?
Pode ser que sim, mas o desafio seria enorme. Afinal, além da
temperatura da superfície do planeta variar mais de 600 graus Celsius e
suas noites durarem três meses, Mercúrio tem uma atmosfera muito fina –
por isso, seria bem difícil desacelerar um módulo de pouso. Por outro
lado, as novidades mostram que a tentativa pode valer a pena, não acha?
Fonte:http://chc.cienciahoje.uol.com.br/refrescando-mercurio/
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